Goleiro Bruno volta ao banco dos réus nesta segunda-feira
Veja os preparativos para o julgamento do goleiro Bruno, que começa na segunda-feira. Ele é acusado de ter assassinado a ex-amante Eliza Samúdio, em 2010.
Começou a funcionar hoje um esquema especial de trânsito em frente ao fórum de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte. É lá que vai ser julgado, a partir de segunda-feira, o goleiro Bruno, acusado pela morte da ex-amante Eliza Samúdio.
O repórter Ismar Madeira mostra agora os detalhes desse caso e as mudanças que aconteceram após a condenação de Macarrão, até então o melhor amigo do goleiro.
Preso desde julho de 2010, Bruno aguarda julgamento na penitenciária na região metropolitana de Belo Horizonte. A mesma em que está Luiz Henrique Romão, o Macarrão, braço direito dele e o responsável pela reviravolta no caso.
No julgamento, em novembro passado, Macarrão disse que foi Bruno quem o mandou entregar Eliza Samúdio ao homem que a mataria.
“Falei assim: ‘Bruno, tô te falando aqui como irmão... Te pedindo, Deixa essa menina em paz, eu quero ver se você vai ser homem de assumir tudo o que você está fazendo’. ‘Larga de ser bundão, é comigo’. Ele falou”, conta Jorge Luiz Rosa, primo de Bruno.
Macarrão foi condenado pelo sequestro e cárcere privado de Bruninho, filho de Eliza com o goleiro, e pelo assassinato dela. O julgamento de Bruno, na época, foi adiado depois que o jogador destituiu o advogado e a juíza resolveu desmembrar o caso.
Agora, Bruno volta ao Tribunal do Júri em outra situação. Antes, a defesa do jogador sustentava que a acusação de assassinato não tinha fundamento porque não havia o corpo da vítima. O de Eliza Samúdio não foi encontrado. Mas, a partir do depoimento de Macarrão, a Justiça reconheceu a morte dela. Mandou expedir o atestado de óbito. E outra mudança: o primo de bruno, Jorge Luiz Rosa, que não estava na lista de testemunhas do julgamento em novembro, desta vez foi intimado para falar.
A promotoria requisitou a entrevista exclusiva dele ao Fantástico para incluir no processo. Jorge acusou Macarrão de ter planejado o assassinato sozinho.
“Eu tenho de dar um jeito de ver se eu desminto essas histórias do Macarrão falar que o Bruno sabia”, afirma Jorge Luiz Rosa, primo de bruno.
Na próxima segunda-feira, além de Bruno, também irá a julgamento a ex-mulher dele, Daiane Souza. Ela é acusada do sequestro e cárcere privado de Bruninho e pode pegar até cinco anos de prisão.
Bruno responde por homicídio triplamente qualificado e ocultação do cadáver de Eliza, além do sequestro e cárcere privado de Bruninho. A pena pode chegar a 38 anos de prisão.
Segundo as investigações, em 4 de junho de 2010, Macarrão e Jorge pegaram Eliza e o filho em um hotel. Em seguida, foram levados para a casa de Bruno, no Rio, e depois para Minas Gerais. No sítio do jogador, ela ficou cinco dias, onde teria sido mantida refém. Em depoimento à Justiça, Bruno negou. Disse que deu R$30 mil a Eliza e que, no dia 10 de junho, ela foi deixada por Macarrão num ponto de taxi.
- “E o Bruninho foi com eles?”
- “Não. Ficou comigo”, disse Bruno.
Ao Fantástico, Jorge contou uma versão diferente. “Realmente o Bruno tinha falado assim, ó, Jorge, você vai deixar, o Macarrão, a Eliza com o Macarrão lá no hotel”. Disse Jorge.
De acordo com Jorge, no carro, saíram ele, Macarrão, Eliza e Bruninho. E Macarrão seguiu uma moto. Eles foram para uma casa, que seria a de Marcos Aparecido dos Santos, o Bola. Ele diz que Macarrão entrou com Eliza e o bebê, mas só saiu com a criança.
“Aí eu falei: cadê a mãe dessa criança, Macarrão, que essa criança tá chorando aí que nem doida, ué. Ele falou: toma essa criança aqui, nós tem que dar um jeito de explicar pro Bruno o que que a gente vai falar dessa mulher aqui. Só falou que o problema tava resolvido.
Jorge era menor de idade na época. Ele mudou o depoimento diversas vezes durante as investigações. Afirmou que viu Bola enforcando Eliza até a morte. Depois disse que não o conhecia. E agora, se contradiz quanto à participação de Bruno. Primeiro afirma que o goleiro é inocente.
“Não sabia de nada”, diz Jorge.
E, depois, que Bruno sabia do assassinato. “Muito ingênuo dele não saber que o Macarrão tava planejando aquilo. É impossível dele não ter desconfiado de nada”.
O advogado Lúcio Adolfo da Silva, que representa o goleiro Bruno, disse que Macarrão mudou o depoimento durante o julgamento porque teria feito um acordo para ter a pena reduzida.
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